domingo, 21 de dezembro de 2014

Prelúdio



O sol se põe, no prelúdio de uma noite vazia, que nada pretende, além de ser como mais uma qualquer. Enquanto sorrisos falsos são moldados a ouro, a brisa irônica sussurra o que poderia ser o prelúdio do reencontro.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Ocaso


Cena 1
Entre a multidão sem face, no ocaso, quando o sol toca o chão e as sombras desvanecem. O olhar perdido, lançado a esmo, como se não se importasse, enquanto observa, anseia. Alimenta o imaginário, o momento da antecipação. O Louco, em busca de nova jornada, sem destino ou propósito, em suspenso.
Aguardando pelo springwind...

Cena 2
Lançou a carta ao vento e entrou no jardim, sem se importar com as memórias, mesmo sob os silenciosos protestos dos faunos. Já não importava o infortúnio, nem a frustração causada pelas feridas purgantes, não existia trama, nem impulso, apenas curiosidade. O que não se conhece, intriga, ao mesmo tempo que adoça.
Desperta...



sábado, 13 de dezembro de 2014

Dente-de-leão


Era uma vez...
Não, não apenas uma vez, várias vezes. Incontáveis, na verdade.
Em que o gostar sem recíproca verdadeira, assombra as manhãs, tardes e noites.
Em que o silêncio dos caros fere.

Incontáveis.
Em que o sorriso fácil, amarga como o café do dia anterior, requentado, fervido.
Em que o desejo de partilha, seca e se esfarela.

Em que os bons momentos alçam voo.
Pra voar ao longe com o vento indiferente das manhãs seguintes.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Espera


Sento e espero, enquanto o café esfria, o vento fuma meu cigarro e a vida, esta faz uma pausa prosaica, indolente, quase rindo do tempo que escorre pelas calhas e bueiros.

O sortilégio, incoerente, jaz nas estórias perpétuas e inconstantes, faz-se latente, gritante e necessário.

Enquanto espero, pensamentos são corroídos por memórias vis, abafados, esmagados, repuxados e contorcidos... distorcidos.

O Valete, perdido.





quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Fique aí




Fique aí
Eu fico aqui
Nesse ir e vir inconstante
Da calmaria dos ponteiros
À correria das horas

Fique aí
Contando passos
Marcando amassos
Sonhando em seguir meus passos

Eu fico aqui
Ensolarando os dias
Caminhando a esmo
Me aconchegando nas noites frias

Na inconstância das horas
Dos dias
Na ilusão de vidas vazias

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Contra o vento



Corra! 

Corra o mais rápido que puder, para que o ar estagnado vire vento, que bagunça os cabelos e sacode a saia.

Corra, para que o tempo voe e tudo fique no passado...

Corra!

Em direção ao sorriso fácil no fim da rua, que pra sempre quer dizer, –... serei sua... – mas então, continua.